domingo, 19 de agosto de 2012

Número baixo de aprovados no Exame da OAB alerta o MEC

Após somente 14,97% dos inscritos serem aprovados no último Exame da OAB, o governo federal pretende realizar um novo plano de regulação dos cursos jurídicos até o início do ano que vem. O tema foi tratado em uma matéria do jornal O Globo no último sábado (18/08). Com o título "Mau resultado em exame da OAB alerta Ministério da Educação", a reportagem, assinada pelo jornalista Marcio Beck, tem também depoimento do presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante.

Leia abaixo a matéria na íntegra:

Diante da reclamação da OAB de que a baixa qualidade dos cursos jurídicos do país é o principal motivo para o fraco desempenho dos candidatos no exame da Ordem, o governo federal estuda um novo plano de regulação do segmento, que será apresentado em novembro e entrará em vigor em janeiro de 2013. O último exame da entidade aprovou apenas 14,97% dos 109.649 candidatos que compareceram à prova. Foi o pior resultado desde que a verificação, antes promovida pela seccional da ordem em cada estado, foi unificada, em 2009.
O secretário nacional de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Jorge Messias, afirmou que essa realidade vai mudar. Entre as propostas discutidas por um grupo de trabalho formado por representantes do MEC e da OAB, estão a revisão do processo de autorização para a criação de cursos, que ficará mais rigorosa, o congelamento da oferta de vagas, cortes nas vagas efetivas e remanejamento das ociosas.
Para definir os critérios destas ações, o ministério está mapeando a distribuição da oferta nas microrregiões do Brasil.
- Queremos uma análise qualitativa mais apurada dos cursos. Na última supervisão que fizemos, no ano passado, cortamos 10.868 vagas de 160 cursos, incluindo vagas efetivas - explica Messias.

OAB contabiliza mais de 1.200 cursos

O número excessivo de cursos de Direito no país é o principal motivo apontado pela OAB para a baixa qualidade do ensino. Os 1.092 cursos superiores de Direito registrados no Ministério da Educação - que reúnem 594,5 mil alunos matriculados - têm atualmente cerca de 80 mil vagas ociosas.
Nas contas da OAB nacional, o número de cursos é maior: 1.259, segundo o presidente da Ordem, Ophir Cavalcante. Cavalcante defende que é "impossível" a oferta de ensino de qualidade com a quantidade elevada de cursos.
- O exame é de dificuldade média. A única matéria cobrada que não é obrigatória na grade curricular do MEC é Direitos Humanos. Quem faz bom curso passa na prova - completa Cavalcante, para quem o percentual de aprovados deveria ser pelo menos de 50%.
O grupo de trabalho começou a se reunir em julho e terá mais três encontros antes de apresentar o plano. O aumento no rigor da fiscalização, porém, já está valendo, afirma o secretário:
- Nos últimos cinco anos, apenas 38 dos 178 pedidos de abertura de cursos de Direito foram atendidos.

Fato Notório

Um comentário:

  1. Segunda feira no Programa Roda-Viva, o Ministro da Saúde quando questionado sobre o exame do CREMESP foi contrário ao mesmo, visto que conforme demonstra o Exame da OAB esse modelo é fracassado e prejudica tão somente os estudantes.

    Há muito a OAB reclama do MEC.

    Há muito ou, desde sempre, o índice de reprovação é altíssimo.

    Aconteceu alguma coisa!

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